CÓD.S10-05 ONLINE

A FESTA E AS TRADIÇÕES COMO FATORES DE CONFORMAÇÃO DA IDENTIDADE E DA MEMÓRIA COLETIVA DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS NO ESTRANGEIRO: UMA APROXIMAÇÃO AO ESTUDO DAS DIÁSPORAS DA AMÉRICA E DA EUROPA

Introdução

A presente reflexão visa a construção do objeto, não numa perspetiva globalizante mas “passo-a-passo”. A festa e as tradições constituem os elementos centrais a analisar na presente pesquisa. Considera-se os mesmos como fatores identitários facilitadores da participação na vida coletiva e da preservação da memória coletiva. As comunidades portuguesas no estrangeiro, as chamadas “diásporas”, têm suscitado particular interesse, sobretudo pela preservação dos vínculos identitários a Portugal por parte dos lusodescendentes,  considerando os residentes  nascidos em Portugal e, em particular, os que nasceram nos países de residência. A pesquisa incidirá sobre as  comunidades constituídas tanto em resultado de movimentos transoceânicos como  intra-europeus. Entende-se que as festas e as tradições são recursos essenciais para a preservação da memória coletiva.

Objetivos

Sendo as festas e as tradições consideradas como recursos essenciais para a preservação da memória coletiva justificam uma atenção particular. Assim, a presente reflexão, centradas no estudo das diásporas portuguesas, como parte integrante de uma pesquisa  mais abrangente, introduz a análise da festa, entendida como recurso essencial para a criação, o reforço e a reinvenção da memória coletiva e que são baseadas nas tradições.

Pode dizer-se que a preservação da língua, das práticas e das tradições portuguesas constituem marcadores identitários que têm permitido aos lusodescendentes, mesmo em minoria, preservar a  cultura e a sub-cultura originárias. Considera-se, no caso, que a festa, seja sagrada ou profana, sendo um recurso agregador,  propicia a participação na vida coletiva dos membros da comunidade, a sociabilidade, donde a manutenção dos valores identitários.

No caso das comunidades americanas será privilegiada, nesta fase da pesquisa, a análise da diáspora residente nos Estados Unidos da América e, no que respeita à Europa, os residentes em França.

A pesquisa agora apresentada será organizada por “momentos”, ou seja, num processo sequencial, considerando os atores em análise, as diferenças existentes nas duas áreas geográficas em análise, e o contributo efetivo da festa e das tradições para a resiliência, a preservação e a reinvenção dos elementos identitários portugueses.

Será também apresentada uma conclusão provisória em resultado da análise dos dados e das reflexões suscitadas.

Metodologia

A pesquisa baseia-se numa análise documental baseada em fontes pertinentes resultantes de pesquisas realizadas, sob perspetivas de análise diversificadas, e em observações e pesquisas teóricas e práticas que realizámos anteriormente sobre temas conexos, designadamente com recurso a entrevistas e à aplicação de inquéritos por questionário.

A pesquisa basear-se-á também na utilização e na análise de outras fontes documentais, designadamente  inquéritos realizados às comunidades lusodescendentes  e aos processos migratórios ao longo do século XX.

Resultados

O trabalho será concluído pela apresentação não só de um conjunto de resultados provisórios,  como da introdução de algumas pistas de pesquisa a explorar na evolução do projeto de pesquisa onde se insere, sendo também apresentadas as referências bibliográficas referentes aos trabalhos consultados.

Palabras clave

Festa; Identidade Cultural; Interação Cultural; Memória Coletiva; Participação Comunitária

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José Da Cunha Barros

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Preguntas y comentarios al autor/es

Hay 2 comentarios en esta ponencia

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      Lía Fernández Sangrador

      Comentó el 21/05/2021 a las 20:32:53

      Estimado José Da Cunha Barros, enhorabuena por su ponencia. Me ha resultado muy interesante e ilustrativo el gráfico en el que muestra el origen y la evolución de los emigrantes portugueses.
      Quisiera plantearle una pregunta: ¿cuál ha sido el criterio para seleccionar a la población encuestada que menciona en el apartado de metodología?
      ¿Considera que se puede extrapolar el estudio a otras comunidades?
      Reciba un saludo cordial.

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        José Da Cunha Barros

        Comentó el 21/05/2021 a las 22:24:20

        Estimada Lía, as fontes sobre a emigração portuguesa são muito diversificadas. No caso do gráfico que apresento os dados são do Ministério dos Negócios Estrangeiros/Secretaria de Estado dos Assuntos Consulares. No presente, é o Observatório da Emigração que recolhe e trata dos referidos dados, entidade essa que tem por base uma universidade pública, numa parceria com o referido ministério. O processo emigratório português processou-se por fases, essencialmente por motivo de trabalho, sendo o continente americano o destino preferencial numa primeira fase e, a Europa (a França em particular), numa segunda fase. O gráfico que apresento ilustra que o processo emigratório partiu de diversas regiões e, como me queria deter em dois destinos (Estados Unidos e França) e analisar a diversidade (designadamente geográfica) dos emigrantes de origem portuguesa optei por não selecionar uma região em particular quanto à origem. A pesquisa cujas conclusões parcelares apresentei no congresso, será em breve finalizada e publicada numa revista científica, sendo então apresentados todos os dados pertinentes de forma muito detalhada. De facto, a população portuguesa emigrada para os EUA e para França, como tenho comprovado , é proveniente de diversas regiões do país. No caso, da América é também de origem insular (Madeira e Açores). É curioso notar que foram os Açorianos que levaram as festas dos Espírito Santo para os EUA mas estas (festas) não são de origem insular mas foram, inicialmente, levadas do continente português para as ilhas. Quanto à religião, em particular, direi ainda que nos estudos sobre o fenómeno emigratório tem sido atribuído um papel modesto como categoria de análise, o que, no caso português, deve ser contraditado pela relevância existente. Sobre a extrapolação do do estudo para outras comunidades direi que entendo ser possível, embora salvaguardando os contextos socioculturais. Nos processos emigratórios que, como sabe, têm sido estudados desde longa data (veja-se por exemplo os trabalhos de referência de Thomas e Znaniecki sobre a emigração da Europa (Polónia) para os Estados Unidos), encontramos muitas caraterísticas comuns. De qualquer forma, presumindo que não tenha correspondido inteiramente às questões que me colocou e como estou à sua disposições sempre que queira trocar impressões, aqui deixo o meu endereço: barrosjos99@gmail.com Cordiais saudações do José da Cunha Barros

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